7 de fev. de 2012

Incontinência urinária

Homens com incontinência urinária? Existe sim e a fisioterapia pode ajudar

Causada, em 90% dos casos masculinos, pelo câncer de próstata – embora possa surgir também em decorrência de cirurgias na bexiga e de lesões causadas por radioterapia -, a incontinência urinária ainda é um assunto pouco discutido
Embora seja mais comum entre as mulheres, a incontinência urinária – ou perda involuntária de urina – pode afetar diversas esferas da vida do homem, tendo um impacto significativo na sua qualidade de vida, autoconfiança e masculinidade, segundo especialistas do Centro Especializado em Fisioterapia Oncológica, em São Paulo. Diante dessa condição que abala o aspecto físico, social e psicológico do paciente, a fisioterapia, segundo os especialistas, pode desempenhar um papel importante no processo de recuperação.
Causada, em 90% dos casos masculinos, pelo câncer de próstata – embora possa surgir também em decorrência de cirurgias na bexiga e de lesões causadas por radioterapia -, a incontinência urinária ainda é um assunto pouco discutido. “Os homens, em sua maioria, sentem-se envergonhados e sozinhos com esse problema. Trata-se, inclusive, de um tabu social. E a população masculina representa 25% dos casos de incontinência urinária no Brasil”, destacam as fisioterapeutas Marília Belmonte e Ana Carolina Agostinho.
De acordo com as especialistas, a recuperação do paciente passa por uma reeducação dos hábitos urinários e alimentares, e exercícios diários integrados às atividades de vida, além do total comprometimento do homem ao programa de tratamento proposto. E a fisioterapia desempenha um papel importante nesse cenário, principalmente com exercícios de fortalecimento pélvico e orientações, para recuperar a função miccional e auxiliar no pós-operatório, contribuindo para a melhora da qualidade de vida e da autoestima dos homens.
Um recente estudo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo comprova a importância da fisioterapia no tratamento da perda involuntária de urina. Realizado neste ano, o estudo indicou que 96% dos pacientes que fizeram fisioterapia como tratamento pós-cirúrgico adquiriram, após 12 meses, a continência e aceleraram sua recuperação. Já em relação aos que não aderiram ao tratamento, apenas 75% voltaram a ter controle da urina.
“A fisioterapia desempenha um papel importante no processo de recuperação. Uma reeducação dos hábitos urinários e alimentares, exercícios diários integrados às atividades de vida e total comprometimento do homem ao programa de tratamento proposto são essenciais para a recuperação de condições viáveis a uma vida saudável”, concluem as fisioterapeutas.